O "Roundtable" desta semana, apresentado por Augusto Bandeira e com os convidados Rômulo Ávila, Paulo Pereira Júnior e Laurentino Esteves, mergulha numa análise profunda e sem filtros sobre a preparação de Toronto para sediar a Copa do Mundo de 2026. Este episódio de alto impacto divide-se em três partes essenciais: o dilema tecnológico, o peso da história e a conta que ninguém quer pagar.

Parte 1: A Revolução (ou Ameaça) da IA O debate acende-se com a discussão sobre o avanço da Inteligência Artificial (IA) e a crescente dependência tecnológica. Da Alexa a responder perguntas básicas de cozinha (ovo escalfado) ou de sono ("Como adormecer mais depressa?") à preocupação com o ChatGPT a substituir a criatividade humana e postos de trabalho. Os comentadores confrontam a virtude da IA como ferramenta auxiliar versus o risco de ser uma força que toma decisões, alertando para a necessidade de os humanos não perderem o "toque pessoal" e a "originalidade".

Parte 2: História, Política e O Prejuízo Social O programa move-se para a esfera política, analisando a recente greve geral em Portugal e o conflito entre o Direito à Greve e o Direito ao Trabalho, criticando a "guerra de números" e o esvaziamento do centro político pelo populismo e radicalismo. Num momento de forte carga emocional, é revisitada a história das crianças dos Açores que foram "doadas" ou "vendidas" a famílias americanas entre a Segunda Guerra Mundial e 1974 – um retrato do "Portugal cinzento e atrasado" e da pobreza açoriana que forçou decisões trágicas, mas que reforça a inquebrável ligação da identidade luso-americana.

Parte 3: Toronto 2026 – O Mundial dos Milhões O tema central explode com a pergunta: Toronto está pronta para o Mundial de 2026? Com base no editorial do Milénio ("Gastar dinheiro a pontapé"), os convidados criticam veementemente o investimento de milhões ($123M nas obras do BMO Field) e a derrapagem financeira, que consideram um absurdo face ao défice social crescente da cidade (sem-abrigo, food banks, crise da habitação). A deficiente infraestrutura de transportes e o caos previsível com a chegada de 300.000 ou mais visitantes são postos em causa. A discussão culmina na constatação de que, com preços de bilhete cinco vezes superiores aos do Qatar, este será um Mundial que não é para o povo, mas sim um negócio gerido pela FIFA, intensificado pelo potencial conflito geopolítico de restrições de entrada de adeptos por parte dos EUA (Trump).

Para Acompanhar O Debate – A Receita de Bifana Portuguesa Mundial, convívio e futebol andam de mãos dadas, sendo a Bifana o petisco perfeito para uma “rodada de batata frita” ou um lanche a acompanhar o jogo.

Ingredientes (Para 4 pessoas):

4 Bifanas de porco (lombo ou febra), cortadas finas e ligeiramente batidas

4 Pães (Papo Seco ou carcaça)

300 ml Vinho Branco

100 ml Cerveja (branca, de preferência)

4 Dentes de alho, picados finamente ou esmagados

2 Folhas de Louro

1 colher de chá Pimentão Doce (Colorau)

Piri-piri (Malagueta) ou Massa de Pimentão, q.b. (opcional, para picante)

Azeite e/ou Banha de Porco, q.b.

Sal e Pimenta Preta, q.b.

Instruções:

Marinar a Carne: Numa taça, tempere as bifanas com o alho, as folhas de louro, pimentão doce, pimenta, sal, vinho branco e, se desejar, o piri-piri. Misture bem e deixe a marinar no frigorífico por, no mínimo, 1 hora (idealmente 4 a 6 horas).

Cozinhar: Numa frigideira larga ou tacho, derreta um pouco de banha (ou azeite) em lume médio-alto. Frite as bifanas rapidamente, selando-as (cerca de 1 a 2 minutos por lado). Retire e reserve a carne.

Preparar o Molho: Verta a marinada para a frigideira, adicione a cerveja e deixe ferver, raspando o fundo para soltar os sucos da carne. Deixe o molho apurar e reduzir ligeiramente, cerca de 5 minutos, até ficar saboroso.

Estufar e Servir: Junte as bifanas reservadas ao molho e deixe-as cozinhar lentamente no molho até ficarem macias e absorverem o sabor.

Montagem: Aqueça o pão, coloque uma ou duas bifanas no interior e regue generosamente com o molho. Sirva de imediato, acompanhado de mostarda ou piri-piri a gosto.

The "Roundtable" this week, hosted by Augusto Bandeira with guests Rômulo Ávila, Paulo Pereira Júnior, and Laurentino Esteves, dives into a deep and unfiltered analysis of Toronto's preparedness to host the 2026 World Cup. This high-impact episode is structured around three key segments: the technological dilemma, the weight of history, and the bill no one wants to pay.

Part 1: The AI Revolution (or Threat) The debate heats up with a discussion on the rise of Artificial Intelligence (AI) and increasing technological dependence. From Alexa answering basic cooking (poached eggs) and sleep questions ("How do I fall asleep faster?") to the concern that tools like ChatGPT may replace human creativity and jobs. The commentators confront the virtue of AI as an auxiliary tool versus the risk of it becoming a decision-making force, warning against the danger of humans losing their "personal touch" and "originality."

Part 2: History, Politics, and Social Cost The program shifts to the political sphere, analyzing the recent general strike in Portugal and the conflict between the right to strike and the right to work, criticizing the "war of numbers" and how populism and radicalism are hollowing out the political center. In a moment of deep emotional resonance, the historical account of the Azorean children "donated" or "sold" to American families between WWII and 1974 is revisited—a stark portrait of "gray and backward Portugal" and the poverty that forced tragic decisions, which nonetheless highlights the unbroken bond of Luso-American identity.

Part 3: Toronto 2026 – The World Cup of Millions The main topic explodes with the question: Is Toronto ready for the 2026 World Cup? Based on the Milénio newspaper's editorial ("Spending money kicking the ball"), the guests vehemently criticize the million-dollar investment ($123M for BMO Field renovations) and financial overruns, deeming them absurd in the face of the city’s escalating social deficit (homelessness, food banks, housing crisis). The inadequate transit infrastructure and the predictable chaos from the arrival of 300,000 or more visitors are challenged. The discussion concludes that, with ticket prices five times higher than in Qatar, this will be a World Cup that is not for the people, but a pure business venture managed by FIFA, intensified by the potential geopolitical conflict of fan entry restrictions imposed by the US (Trump).

To Pair with the Debate – The Portuguese Bifana Recipe The World Cup, socializing, and football go hand-in-hand, making the Bifana the perfect savory snack for a “side of fries” or a quick bite while watching the game.

Ingredients (Serves 4):

4 thin Pork Cutlets (loin or steak), slightly pounded

4 Bread Rolls (Papo Seco or crusty rolls)

300 ml White Wine

100 ml Beer (light lager, preferably)

4 Garlic Cloves, finely minced or crushed

2 Bay Leaves

1 tsp Paprika (Sweet or Smoked)

Piri-piri (Chili) or Pimentão Paste, to taste (optional, for heat)

Olive Oil and/or Lard, as needed

Salt and Black Pepper, to taste

Instructions:

Marinate the Pork: In a bowl, season the pork cutlets with garlic, bay leaves, paprika, pepper, salt, white wine, and piri-piri (if using). Mix well and let it marinate in the refrigerator for at least 1 hour (ideally 4–6 hours).

Cook: In a large skillet or pot, melt a small amount of lard (or olive oil) over medium-high heat. Quickly fry the pork cutlets, searing them (about 1–2 minutes per side). Remove the meat and set it aside.

Prepare the Sauce: Pour the reserved marinade into the skillet, add the beer, and bring it to a boil, scraping the bottom to release the meat juices. Let the sauce simmer and reduce slightly, about 5 minutes, until flavorful.

Simmer and Serve: Add the reserved pork cutlets back into the sauce and let them cook slowly until they are tender and have fully absorbed the sauce's flavor.

Assembly: Heat the bread rolls, place one or two cutlets inside, and generously drizzle with the sauce. Serve immediately, accompanied by mustard or piri-piri sauce to taste.