O It's Showtime recebe uma das vozes mais distintas e criativas de Portugal: Luísa Sobral. Neste episódio revelador e intimista, mergulhamos no universo multifacetado de uma artista que, após anos a consolidar a sua carreira como cantautora de excelência, se aventura agora com sucesso no mundo da literatura. Prepare-se para uma conversa franca e inspiradora que estabelece pontes entre o palco e a página, a composição e o romance, encontrando a beleza e a profundidade no que é, à primeira vista, o mais "banal" da vida.

O foco central da entrevista reside na sua estreia fulgurante na ficção com o romance Nem Todas as Árvores Morrem de Pé. Luísa desvenda a génese inesperada desta obra: uma notícia sobre um casal alemão a viver em Vila Real. A partir deste fragmento da realidade, Luísa usou a sua mestria narrativa para construir um passado ficcional rico e complexo, nomeadamente para a protagonista Maria Feliz, cujas origens a remetem para a histórica e tensa Alemanha de Leste na época do Muro de Berlim. A artista partilha como o seu processo de composição de canções – que exige síntese e poesia – se fundiu naturalmente com a prosa. Ela explica que a sua escrita de romance é "muito poética", estabelecendo um ponto de encontro claro entre os seus dois mundos criativos.

A conversa segue para a música, onde Luísa reflete sobre a sua constante necessidade de experimentação sonora. Ao longo da sua carreira, cada álbum funcionou como um laboratório de estilos, refletindo o período da sua vida. O disco Rosa, por exemplo, foi minimalista e focado em instrumentos de sopro, enquanto o seu trabalho mais recente, DanSando – cuja ortografia com 'S' é explicada pela citação poética de Sofia de Mello Breyner Andresen – apresenta uma sonoridade mais pop, leve e com influências de São Paulo, no Brasil.

O que se segue, contudo, é a maior surpresa: Luísa revela que o seu próximo projeto discográfico será um mergulho profundo nas raízes da música tradicional portuguesa. Ela está a explorar os ritmos ancestrais, como o do adufe, e planeia iniciar a composição das novas canções a partir da base rítmica, uma abordagem que nunca tinha adotado. Este novo ciclo promete uma nova identidade sonora, celebrando a rica herança cultural do país.

Um momento particularmente emotivo acontece quando Luísa discute a natureza autobiográfica da sua obra. Embora escreva sobre temas globais, como a guerra na Ucrânia ou a perda de direitos das mulheres no Afeganistão, ela sublinha que todas as canções são "autobiográficas" no sentido de representarem a sua visão e o seu processamento pessoal desses eventos. A canção "Quadra que Pintei" é destacada como um retrato direto e sincero da sua vida no campo, da maternidade e da realização de uma vida que ela própria havia idealizado.

Luísa Sobral aborda ainda a importância da produção musical, explicando por que razão recorre sempre a produtores – como o amigo talentoso, Tó Brandileone, vencedor de um Grammy Latino – para trabalhar os seus discos. A artista confessa que não tem o distanciamento necessário para avaliar e otimizar as suas próprias composições, dada a sua profunda ligação emocional e pessoal a cada tema. Esta honestidade sobre o processo criativo oferece uma lição valiosa sobre a colaboração na arte.

O episódio conclui com uma mensagem calorosa e profundamente sentida à comunidade portuguesa no estrangeiro. Luísa recorda a sua própria experiência a viver nos Estados Unidos e a saudade de gestos simples, como saborear um queijo limiano com um Compal. É um momento de conexão genuína que sublinha a universalidade do sentimento de pertença.

Não perca a oportunidade de conhecer a Luísa Sobral na sua plenitude – como mãe, romancista, cantautora e exploradora cultural. Este episódio é essencial para todos aqueles que procuram inspiração na fusão entre a arte e a vida. Assista a It's Showtime S06E49 em exclusivo na CamoesTV+!

It's Showtime welcomes one of Portugal's most distinctive and creative voices: Luísa Sobral. In this revealing and intimate episode, we dive into the multifaceted universe of an artist who, after years of consolidating her career as an outstanding singer-songwriter, is now successfully venturing into the world of literature. Prepare for a frank and inspiring conversation that builds bridges between the stage and the page, composition and the novel, finding beauty and depth in what is, at first glance, the most "ordinary" (banal) aspect of life.

The central focus of the interview revolves around her brilliant debut in fiction with the novel Nem Todas as Árvores Morrem de Pé (Not All Trees Die Standing). Luísa unveils the unexpected genesis of this work: a news story about a German couple living in Vila Real. From this fragment of reality, Luísa used her narrative mastery to construct a rich and complex fictional past, particularly for the protagonist Maria Feliz, whose origins trace back to the historic and tense East Germany during the time of the Berlin Wall. The artist shares how her songwriting process—which demands synthesis and poetry—naturally merged with prose. She explains that her novel writing is "very poetic," establishing a clear meeting point between her two creative worlds.

The conversation then moves to music, where Luísa reflects on her constant need for sonic experimentation. Throughout her career, each album has served as a laboratory of styles, reflecting the period of her life. The album Rosa, for example, was minimalist and focused on wind instruments, while her most recent work, DanSando—whose spelling with an 'S' is explained by a poetic citation from Sofia de Mello Breyner Andresen—showcases a more pop, lighter sound with influences from São Paulo, Brazil.

What follows, however, is the biggest surprise: Luísa reveals that her next album project will be a deep dive into the roots of traditional Portuguese music. She is exploring ancestral rhythms, such as those of the adufe (a square frame drum), and plans to start composing new songs from the rhythmic foundation, an approach she had never adopted before. This new cycle promises a fresh sonic identity, celebrating the country's rich cultural heritage.

A particularly emotional moment occurs when Luísa discusses the autobiographical nature of her work. Although she writes about global issues, such as the war in Ukraine or the loss of women's rights in Afghanistan, she emphasizes that all songs are "autobiographical" in the sense that they represent her vision and her personal processing of those events. The song "Quadra que Pintei" is highlighted as a direct and sincere portrait of her life in the countryside, motherhood, and the fulfillment of a life she had long idealized.

Luísa Sobral also addresses the importance of music production, explaining why she always calls upon producers—like her talented friend, Latin Grammy winner Tó Brandileone—to work on her records. The artist confesses that she lacks the necessary distancing (objectivity) to effectively evaluate and optimize her own compositions, given her profound emotional and personal connection to each piece. This honesty about the creative process offers a valuable lesson on collaboration in art.

The episode concludes with a warm and deeply felt message to the Portuguese community abroad. Luísa recalls her own experience living in the United States and the simple longing for home, such as savoring a queijo limiano (cheese) with a Compal (juice). It is a moment of genuine connection that underscores the universality of the feeling of belonging.

Don't miss the opportunity to know Luísa Sobral in her entirety—as a mother, novelist, singer-songwriter, and cultural explorer. This episode is essential viewing for anyone seeking inspiration in the fusion of art and life. Watch It's Showtime S06E49 exclusively on CamoesTV+!