Num dos episódios mais emocionantes de Sentir Pensar E Agir S01E17, o anfitrião Romulo Avila mergulha na jornada poderosa e inesquecível do aclamado trompetista Luís Martelo, um artista cuja música e vida são a prova máxima da resiliência. Com o título evocativo "Onde a Fé Salva: A Jornada de Luís Martelo da Rua ao Trompete", este episódio oferece um olhar sem filtros sobre a forma como a adversidade moldou um dos talentos mais carismáticos da música portuguesa.
A conversa começa por explorar as raízes humildes de Luís Martelo—um rapaz de uma pequena aldeia perto de Coimbra que, ainda hoje, sente a melancolia do saudosismo ao ver a sua terra natal transformada. Desde cedo, o seu refúgio foi duplo: a natureza (passava dias a apanhar fósseis com o seu martelo, numa ironia premonitória ao seu nome) e a Filarmónica. Luís entrou na banda aos sete anos, seguindo o exemplo do pai, e ali descobriu a vocação que viria a salvá-lo.
O ponto de viragem musical ocorreu aos onze anos, com a chegada do maestro Fernando Vidal. Foi Vidal quem o tirou da "clave de corno" e o introduziu ao trompete, ensinando-lhe a arte de "cantar com o instrumento" ao som das grandes Big Bands americanas, como Louis Armstrong e Glenn Miller. Luís rejeita o rótulo de prodígio, mas assume ser "o melhor a ser ele", focando-se na emoção, no carisma e no humor para cativar o público, vendo-se mais como um frontman do que apenas um músico. A sua responsabilidade é clara: garantir que o público sai feliz, independentemente dos erros técnicos.
Contudo, é a parte mais crua da história de Luís Martelo que confere profundidade à sua arte. A desilusão com o sonho de ser músico militar levou-o a um caminho de revolta em Évora, exacerbado pelas memórias da violência doméstica da juventude. Luís revela que esta revolta o levou à rua, acabando por se tornar sem-abrigo por três longos anos. A sua sobrevivência dependeu da fé e da pura persistência: vivia numa gruta à beira-mar, teve de aprender a pescar com as mãos para se alimentar e lutou para se afastar do ambiente tóxico, incluindo as drogas.
O click que o salvou foi sobreviver a um episódio de hipotermia, momento em que percebeu que a vida não era para acabar. Foi aí que encontrou a fé profunda, entendendo que a sua queda foi necessária para o moldar numa pessoa melhor. Hoje, Luís Martelo utiliza esta história como uma poderosa ferramenta de mentoria para os jovens músicos, ensinando que toda a adversidade é um ensinamento. Ele partilha que a humildade, algo que só aprendeu na rua, é o verdadeiro motor da felicidade e do sucesso. A sua música favorita, que toca diariamente, é "Hello Dolly" de Louis Armstrong, um hino à sua jornada.
O episódio conclui com a celebração do seu sucesso, incluindo a emocionante experiência de tocar no topo do Monte Pico, nos Açores, e um apelo direto à comunidade. Luís Martelo apela ao apoio ativo às Bandas Filarmónicas Voluntárias portuguesas, como a Banda de Santa Helena, sublinhando os seus enormes custos e o papel insubstituível que desempenham na cultura e nas festas religiosas. Não perca esta conversa intensa e inspiradora sobre superação, cultura e o poder redentor da música.
Assista agora a "Onde a Fé Salva: A Jornada de Luís Martelo da Rua ao Trompete" e descubra porque é que o nome LUÍS MARTELO é sinónimo de talento autêntico e inabalável resiliência.
In one of the most compelling episodes of Sentir Pensar E Agir S01E17, host Romulo Avila delves into the powerful and unforgettable journey of the acclaimed trumpeter Luís Martelo, an artist whose music and life are the ultimate testament to resilience. Titled evocatively "Where Faith Saves: Luís Martelo’s Journey from the Streets to the Trumpet", this episode offers an unfiltered look at how adversity shaped one of the most charismatic talents in Portuguese music.
The conversation begins by exploring Luís Martelo's humble roots—a boy from a small village near Coimbra who, even today, feels the melancholy of saudosismo (a deep longing/nostalgia) seeing his homeland transformed. From a young age, his refuge was twofold: nature (he spent days collecting fossils with his hammer, a foreshadowing irony of his surname, Martelo) and the Filarmónica (band). Luís joined the band at age seven, following his father's example, and there he discovered the vocation that would ultimately save him.
The musical turning point occurred at age eleven with the arrival of conductor Fernando Vidal. It was Vidal who moved him from the "clave de corno" and introduced him to the trumpet, teaching him the art of "singing with the instrument" to the sound of great American Big Bands like Louis Armstrong and Glenn Miller. Luís rejects the label of prodigy, but asserts he is "the best at being himself," focusing on emotion, charisma, and humor to captivate audiences, seeing himself more as a frontman than just a musician. His responsibility is clear: to ensure the audience leaves happy, regardless of any technical errors.
However, it is the rawest part of Luís Martelo's story that lends depth to his art. Disappointment with his dream of becoming a military musician led him down a path of rebellion in Évora, exacerbated by memories of domestic violence from his youth. Luís reveals this rebellion led him to the streets, where he ended up homeless for three long years. His survival depended on faith and sheer persistence: he lived in a grotto by the sea, had to learn to fish with his hands for food, and fought to stay away from toxic environments, including drugs.
The click that saved him was surviving an episode of hypothermia, a moment when he realized life was not meant to end. It was then that he found deep faith, understanding that his fall was necessary to mold him into a better person. Today, Luís Martelo uses this story as a powerful mentoring tool for young musicians, teaching that every adversity is a lesson. He shares that humility, something he only learned on the street, is the true driver of happiness and success. His favorite song, which he plays daily, is Louis Armstrong's "Hello Dolly," an anthem to his hard-won journey.
The episode concludes with the celebration of his success, including the thrilling experience of playing atop Pico Mountain in the Azores, and a direct appeal to the community. Luís Martelo calls for active support of Portugal's Volunteer Filarmónica Bands, such as the Banda de Santa Helena, stressing their enormous costs and the irreplaceable role they play in culture and religious festivals. Don't miss this intense and inspiring conversation about overcoming hardship, culture, and the redemptive power of music.
Watch "Where Faith Saves: Luís Martelo’s Journey from the Streets to the Trumpet" now and discover why the name LUÍS MARTELO is synonymous with authentic talent and unshakeable resilience.
Up Next in Season 1
-
Kassio Kruz
Em mais um episódio marcante de Sentir Pensar E Agir, Romulo Avila senta-se com o artista musical Kassio Kruz, numa conversa que é um verdadeiro mergulho na alma de um homem que transformou a luta em arte. Este episódio não é apenas uma entrevista; é um testemunho de resiliência, fé e do amor inc...
-
Tony Câmara
No mais recente e eletrizante episódio de Sentir Pensar E Agir, o anfitrião Romulo Ávila senta-se com Tony Câmara, uma figura multifacetada que se tornou um pilar na comunidade luso-canadiana. Este episódio oferece um olhar profundo e sem filtros sobre a vida de um homem que navega com mestria en...
-
Eduarda Silva
No mais recente e tocante episódio de Sentir Pensar E Agir, o apresentador Rómulo Ávila conduz-nos por uma conversa íntima e profundamente humana com Eduarda Silva, uma mulher cuja história de vida é um farol de resiliência, paixão e inegável orgulho. Intitulado "A Jornada de uma Imigrante: A His...